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SOCIEDADE E REPRESSÃO


A muitos se perguntam qual seria a melhor resolução para violência no Brasil, teorias e teses são criadas. Porém nenhuma delas ou poucas delas realmente vão a fundo do real causador da violência. Planos de segurança Nacional, fronteiras e Pactos pela Paz são criados, com o intuito único de “resolver o problema da violência.”

Mas a questão, não está no problema já criado e atuante como aí está, mas quem são os atores envolvidos. Nossa história, é uma história marcada por um caos político e administrativo, e talvez seja por isso nunca ter tido uma política nítida e real de segurança.

Outro fator está, no abandono estratégico e proposital da educação, e aqui chegamos ao ponto chave, educação para alguns resolve e pra outros não resolve, longe de entrar nessa discussão, o fato é que, se realmente houvesse, uma educação de base, que valorize o professor, e estabeleça um integralidade no ensino, farão com que primeiro retirasse o menino da rua, e desse a ele estudo, mas também, futebol, oficinas e lazer e etc.

Isso faria com que ele não tivesse solto, por uma escola que expele sem estrutura e conteúdos maçantes e professores desanimados, e não estaria na rua para que o crime o encontrasse. Uma frase de um menor infrator citando a música do grupo raper Inquérito, na musica “Mais loko que o barato”, reflete bem isso “A mãe trabalha, a rua educa, a escola falha, e o crime recruta”.

É elementar que não são inocentes praticando crimes, mas a razão pra terem perdido a inocência e adentrado ao crime é que nos escondem, quando o jovem infrator aparece ali não é apenas um cometedor de crime, e sim um resultado. De que? De uma desorganização administrativa que não faz nada em resolver, e resultado ainda do sucateamento da educação, que Darcy Ribeiro vai dizer que é mais um projeto que uma crise.

O que poderia ajudar esse quadro terrível, mais repressão? Matar todos? Construir mais presídios?

Investir realmente em educação, como já citei, tempo integral mas começa não apenas criando escola de tempo integral, pois é evidente, que as escolas não tem estrutura. Então o primeiro passo é estruturar as escolas existentes e construir mais. Segundo, valorizar o docente de verdade, assim, começaríamos a ter uma prevenção, pois o menor, o jovem, seria formado intelectualmente, com um professor valorizado, escola boa e a escolha de emergir socialmente para o bem ou ir para  crime? Pois a escola não ia mais falhar então a rua não ia educar e o crime também não ia recrutar.

Somente um verdadeiro e não esse pseudo investimento em educação produziria a redução progressiva e mais duradoura da violência, é cuidado da futura geração, nossas crianças e jovens deste Brasil. O caminho não é só educação mas grande parte dele é por meio dela.
E os outros? Conversaremos mais a frente.

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Mateus R. Soares - Graduando do curso de Ciências Humanas/ Sociologia - UFMA Campus III Bacabal

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