Pular para o conteúdo principal

O AVANÇO DOS SETORES CONSERVADORES E AS LUTAS POPULARES DE 2013


A luta por direitos e por uma sociedade sem exploração e opressão.
                                                                                                                             Por Maria Dirlene Trindade Marques
Os direitos estão sempre situados em uma determinada sociedade. Não existem pairados abstratamente, mas somente quando as pessoas os exigem, ou se elas estão conscientes de sua falta. Nossa sociedade é extremamente carente de direitos os mais elementares, que são ignorados e desprezados a todo instante. Por exemplo, os direitos dos trabalhadores a um salário digno sempre foi negado.
Os trabalhadores das fabricas são as pessoas mais desfavorecidas no capitalismo. Por isto, os movimentos operários sempre tiveram de se preocupar com a exigência de proteção individual e social dos seus integrantes, desempenhando, com isso, um importante papel no desenvolvimento dos direitos humanos, individuais e coletivos.
No final dos anos 1960, e em especial, a partir da década de 1980, os movimentos das chamadas minorias têm crescido e adquirido um progressivo reconhecimento. Nos anos mais recentes, com o recuo dos movimentos sociais, o conservadorismo e o fundamentalismo econômico e religioso avançam sobre os direitos e conquistas dos trabalhadores e dos setores discriminados.
E, também acaba repercutindo sobre o povo brasileiro, as mobilizações pelo mundo contra  as explorações e opressões. Além disto, o projeto neo-desenvolvimentista brasileiro, vai encontrar limites nas duas pontas que o sustentavam: de um lado, a crise econômica que dificulta a continuidade das concessões focalizadas; e, de outro lado, a ausência da liderança carismática que centralizava todo o poder.
Mesmo sem atividades massivas, os movimentos espalhados por todo o Brasil, continuaram se organizando de forma autônoma  estudando e denunciando o que os afetavam diretamente. É a contradição do projeto, levando à organização popular.  São lutas localizadas, e se vistas cada uma isoladamente, parecem fragmentadas: pelo metrô, pelo passe livre e meio passe; movimento estudantil com diversas bandeiras; movimentos dos  atingidos pela copa; atingidos por barragens; luta dos sem terra; dos sem teto; os ecológicos distribuídos em dezenas de entidades a partir das agressões locais ao meio ambiente; movimentos de mulheres; movimentos LGBTT; movimentos contra a violência policial; e vários outros. E, também os trabalhadores retomam suas lutas por salários e condições dignas, fazendo de 2012 o ano de maior numero de greve dos últimos 15 anos.
 era visível em 2012 o crescimento da participação popular, tanto em greves quanto em manifestações; e que continuaram no inicio de 2013. E, em 2013, os acordos políticos do governo com sua base dos partidos do congresso, levam a presidência da comissão de direitos humanos o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), um fundamentalista político religioso. Também para exemplificar o avanço do fundamentalismo no Congresso cito o andamento de dois projetos - o do estatuto do nascituro e o da “Cura Gay”. O do estatuto do nascituro retira direitos já conquistados e avança rumo a retomar o controle sobre a mulher, chegando ao limite de impor a ela o seu estuprador como “genitor”. E o da Cura Gay, confronta a postura do Conselho Regional de Psicologia, e passa a impor aos profissionais tratar os Gays como uma doença. Tudo isto deixa a militância e todas as pessoas com o mínimo de consciência, indignados.
Os problemas vêm há anos se acumulando! E a indignação “explode” nas manifestações  após a repressão aos movimentos contra o aumento das passagens em São Paulo e no Rio de Janeiro. É a transformação da quantidade em qualidade. Os movimentos tomam as ruas, cada um trazendo toda a sua indignação  nos milhares de cartazes estampados nas manifestações.
É pelo trabalho político, na luta pela conquista de novos direitos, pela transformação da realidade social, política e econômica que se estabelece as relações de solidariedade. Limitando e construindo alternativas à ideologia da competitividade.  É neste relacionamento que o ser humano novo vai sendo gestado. É nas lutas que as relações de exploração  opressão e discriminação vão construindo uma relação mais igual e uma sociedade solidaria.
 Sigamos juntos, construindo a sociedade do futuro, a sociedade que as ruas já começaram a erguer! 

Comentários

  1. Senhora, não culpe ao conservadorismo o atraso deste país. Por que já faz mais de 20 anos que os pseudo-liberais e a esquerda tem tomado o poder. Conservadores são o povo brasileiro trabalhador e marginalizado por intelectuais medíocres e políticos corruptos (políticos socialistas). Conservadores são os empresários e os trabalhadores oprimidos pela máquina tributária do estado. Os esquerdistas vivem subsidiados pelo estado.

    Não culpe os conservadores pela desgraça desse país. Culpe aos esquerdistas, e quem sabe você que talvez ajuda a transformar esse país em um atraso.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

CADÊ OS ALUNOS QUE ESTAVAM AQUI?

   Fazendo uma breve leitura sobre os dados da educação pública de Bacabal, verifica-se que são geridas pela rede municipal 114 escolas; percebe-se ainda que, no intervalo de cinco anos, 2013 a 2017, houve aumento em investimentos por aluno e consequente aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDB, tendo os anos iniciais (1º ao 5º ano) alcançado a média 5,1 e os anos finais (6º ao 9º ano) atingido 4,1, em 2017. Isso é positivo! Precisa melhorar, mas significa avanços.    Um dado, no entanto, chama a atenção quando se lê o gráfico Evolução no número de matrículas X despesas totais em educação, postado no site meumunicípio.org.br, no qual no período de 2013 a 2017, cerca de 2020 matrículas (alunos) são diminuídas ano a ano.     Em 2013 eram 19.919 matrículas, no ano seguinte, 922 alunos ficaram fora dessa contagem e a matrícula caiu para 18.997 alunos no ano de 2014; em 2015, cerca de 243 alunos desaparecem e a matricula nes...

Faces da Política na Terra de Raimundo Sérgio

Confundiram, mentiram, aplaudiram, comemoraram, esfriaram. Dois lados, ninguém ao lado do povo! A população segue seu ritmo, de um ou de outro lado. Coitado do homem massacrado, espoliado pela política dos políticos e seus lados que negam o lado do povo. Enquanto isso: mata-se nos bares, morre-se nos hospitais; salários continuam atrasados, renda não é prioridade; insegurança no banco da praça e no pátio da escola; bem estar não é social, os coletivos andam sozinhos; verba de contingência nega um auxílio, as fotos estampam doações particulares; tratamento para o câncer só na propaganda do outubro rosa, vem aí o novembro azul... janeiro branco; oknenhum tomógrafo (?); Idoso abandonado, mas há festas para idosos; água é privilégio de poucos, e o rio agoniza em dejetos e poluição; o dinheiro público muda o curso das penas, apenados da vida catam lixo nos bolsões da pobreza distante dos olhos; ambiente poluído, seco, destruído, em minutos começam as queimadas; nos senadinhos a polít...

AS MULHERES POR CIMA:

APONTAMENTOS SOBRE A IDEIA DE DESREGRAMENTO FEMININO NO INÍCIO DA EUROPA MODERNA E A INVERSÃO SEXUAL COMO MODO DE RESISTÊNCIA    Bartolomeu dos Santos Costa    Natalie Zemon Davis é uma historiadora estadunidense e canadense, nascida na cidade de Detroit, no estado de Michigan, Estados Unidos. Após ter realizado a sua gradua ção no Smith College e o seu mestrado no Radcliffe College, no ano de 1959, ela conclui seu doutoramento na Universidade de Michigan, estudou também na Universidade de Harvard. Foi professora em diferentes universidades como a Universidade de Princeton, a Universidade Brown, a Universidade da Califórnia e a Universidade de Toronto. Suas pesquisas, enquanto historiadora, incluem trabalhos importantes como Trickster Travels3, The Gift in Sixteenth-Century France The Return of Martin Guerre5 e Women on the Margins: Three Seventeenth-Century Lives. Davis recebeu diversos prêmios e reconhecimentos como o grau honorário da Universidade de St. Andrews e...