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Para a Igreja católica, são muitos os desafios de hoje: Como passar
de um catolicismo tradicional e apenas nominal a um catolicismo de opção
e a uma fé atuante? Como transitar de um catolicismo rural para sua
vivência no contexto da cultura urbana, técnica, científica e mediática?
Como implantar uma Igreja-comunidade, numa sociedade de extremado
individualismo e competição? Como viver modesta e frugalmente, atentos à
crise ambiental, na contramão de um consumismo sem freio nem medida?
Como atuar em solidariedade com os pobres, empenho nas lutas por justiça
e superação das desigualdades, discriminação racial e violência, de
forma corajosa e cidadã no campo social e político, no momento em que
cresce a tendências de espiritualismos desencarnados?
Como falar à juventude, depois que se rompeu o vínculo da transmissão
da fé no seio das famílias, mas surgiu também renovado anseio por
justiça, paz e cuidado com a criação? Como aprofundar a reflexão sobre
sentido da sexualidade humana, do amor, do prazer, exercitando escuta e
misericórdia frente a sofrimentos e perplexidades neste campo? Como
responder ao grito das mulheres, cuja emancipação e aspiração a igual
dignidade em todas as esferas da vida, não é suficientemente acolhido
nas estruturas da Igreja? Como mover-se, enfim, nos espaços do crescente
pluralismo religioso da sociedade brasileira, aprendendo a dialogar e a
cooperar ecumenicamente para o bem comum, com todas as pessoas, nas
diferentes igrejas, religiões e filosofias de vida?
JOSE OSCAR BEOZZO -Historiador, coordenador do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular/ CESEEP.
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