*Liduina Tavares
Os filhos combinaram comemorar em grande estilo, oferecer um almoço no point da cidade em beleza natural e gastronomia, o restaurante ao ar livre poderia permitir se ouvir os sons da natureza, estava tudo certo. Assim seria!
Às vésperas, uma decisão unilateral mudou todo o curso da comemoração, agora, todos ficaram em casa, alguém prepara os pratos. Assim é!
O prato principal foi amaciado no requeijão natural, refogado no azeite extravirgem e finalizado com rodelas de batata doce ligeiramente caramelizadas no molho.
Diz-se que beleza não põe à mesa, mas o prato principal posto à mesa enchia os olhos de quem passava ali por perto, atraía pelo aroma de especiarias e condimentos selecionados. De fato, punha à mesa!
Para acompanhar o prato principal o arroz branquinho, passou a uma alta temperatura no alho e óleo, assumindo maciez em sua textura; o macarrão deslizava pelo talher, exibindo brilho e cor que as boas massas adquirem quando bem manipuladas para momentos especiais; a farinha umedecida na manteiga transformou-se em uma farofa crocante, leve e soltinha, dando contorno aos pratos; as saladas, hum! Essas, comentários à parte, desafiaram a boa etiqueta estimulando o pecado da gula, do quanto coloridas, suculentas e apetitosas estavam.
Abrir mão de um almoço ao ar livre para ocupar-se boas horas na cozinha, revezando entre o fogão e a pia deve ser para quem gosta de cozinhar o que se costuma chamar comida caseira. Até pode ser! Quem sabe? Mas, na verdade, o almoço do dia foi planejado, preparado e servido com uma excessiva pitada da mais valiosa iguaria que todas as mães usam todos os dias ao manipular alimentação para seus filhos: o amor de mãe que alimenta, nutre, sustenta, faz crescer e se espalhar pela geração dos filhos de seus filhos, os netos. Neste caso, as netas.
Neste dia onze de maio de dois mil e vinte e cinco mais uma vez o amor de mãe deu sabor ao prato simples e casual transformando o assado de panela no almoço do dia das mães.
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*Mãe de menino e menina. Membra efetiva, fundadora da cadeira n° 11 da Academia Bacabalense de Letras. Legionária da Paz.
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