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Brasil 2023/2026: Que o teu futuro espelhe tua grandeza.

 Que frutos nós brasileiros colheremos nos próximos quatro anos (2023/2026) com os governantes e parlamentares que em outubro decidiremos "plantar" em nosso País?


—– “[…] a terra em si é de muito bons ares […]. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo […]”. (PERO VAZ DE CAMINHA, fidalgo português, em 1500, em carta ao rei Dom Manuel)

—– “[…] lhes falo a verdade, se houvesse paraíso na terra, eu diria que agora havia no Brasil” (RUY PEREIRA, padre jesuíta, em carta de 15/09/1560)

—– “[…] o Brasil será um país riquíssimo de um grande povo” (RAMALHO ORTIGÃO, escritor português, dezembro/1872)

—– “Para! Uma terra nova ao teu olhar fulgura! / […] / Este é o reino da Luz, do Amor e da Fartura” (OLAVO BILAC, 1865-1918, escritor brasileiro)

—– “Quem não gosta do Brasil não me interessa” (GILBERTO AMADO, 1887-1969, advogado, diplomata e escritor brasileiro)

* * *

Conta-se que um deus resolveu transformar certo rato em gato. Esse deus condoera-se dos permanentes medos do rato de seu tradicional predador, o gato.

Transformado em gato, o ex-rato continuava com muito medo — agora, do cachorro. Aí, mais uma vez penalizado com a situação do medroso gato, o deus transformou-o em cão.

Mas também como cão o ex-rato e ex-gato sentia medo, muito medo — desta vez, do leão. O ex-rato queria algo maior, pesado, mais resistente, e o deus transformou-o em um elefante — que, diz a lenda, tem medo de rato…

Não adianta muito, quando nos transformamos em algo maior, se permanecemos com nossos medos menores, nossos temores originais.

Não importa se nos agigantamos, se nos “elefantizamos” em forma quando, em conteúdo, em coragem, somos o mesmo rato de sempre.

No último trimestre de 2020, em todo o Brasil, mais de 5.500 municípios, o povo, os eleitores transferiram novamente e transitoriamente seu poder de origem, poder constitucional, e com isso transformaram gentes, digamos, comuns em agentes, digamos, especiais: os prefeitos e vice-prefeitos, os dois maiores — oficialmente — servidores públicos, os dois mais representativos funcionários do Ente Federativo mais próximo do cidadão  — o Município.

Agora neste início de outubro de 2022, novamente diversos políticos transformar-se-ão em “medium” dos eleitores, serão “possuídos” pelo poder original que emana destes. Em um diálogo mudo entre a consciência e a ponta de um dedo, na solidão transitória de uma urna eletrônica em uma cabine eleitoral, milhões de brasileiros mudarão o cotidiano de alguns poucos brasileiros, sacando grande parte destes da vida comum e os convertendo em autoridades, com a esperança de estas igualmente transformarem  — para melhor —  o País em que todos nasceram.

Dizem que o povo mudará muito, isto é, renovará bastante os chamados quadros políticos dos poderes Legislativo e Executivo.

Sim. Em todo o país, o povo mudará nomes. MAS NÃO ADIANTA MUDAR NOMES SE OS NOMES MUDADOS NÃO MUDAREM DE MÉTODOS. Ou de medos.

Não adianta se os nomes mudados não se reconhecerem animais grandes e permanecerem… ratos.

Político com mandato é autoridade, não alteridade. ENQUANTO A ALTERIDADE É O OUTRO, A AUTORIDADE É — ou deveria ser — PARA O OUTRO. Ou seja: o fim legítimo, a finalidade decente, a coisa esperada de um político com mandato é que ele dedique sua autoridade para toda a alteridade, dedique-se para o outro — neste caso, o bem comum, a comunidade.

Portanto, PARA AUTORIDADES ESTÃO, OU DEVERIAM ESTAR, ABOLIDAS TODAS AS FORMAS DE DEDICAÇÃO A SI MESMAS, como os enriquecimentos ilícitos, a malversação de recursos públicos, o desvio de influência, o tráfico de posição, a busca desenfreada por FAZER PODER (que é egoísta e está a serviço de si próprio), e não pelo PODER FAZER (que é altruísta e coloca-se a serviço de todos).

O povo muda.

O povo manda.

E junto com o mandato, o aviso para que NÃO SE ROMPA, NÃO SE QUEBRE O CONTRATO DE ESPERANÇA E EXPECTATIVA QUE FOI DIGITALMENTE ASSINADO ENTRE OS ELEITORES E OS ELEITOS.

Nesse contrato, há cláusulas em letras pequenas e em letras graúdas. É preciso saber ler. Há partes onde o povo diz esperar ter orgulho de seus representantes no exercício do mandato.

O POVO QUER QUE SEU POLÍTICO ESCOLHA A CLARIDADE, NÃO O ACINZENTAMENTO; O HOLOFOTE POTENTE DO CAMPO DE FUTEBOL, NÃO A LÂMPADA TREMELUZENTE DA BOATE DA ESQUINA.

ESCOLHER A LUZ, NÃO A ESCURIDÃO; A TRANSPARÊNCIA, NÃO A OBSCURIDADE; A SERIEDADE, NÃO O ACANALHAMENTO; O SERVIR, NÃO O SER VIL OU SERVIL.

ESCOLHER A VERDADE, NÃO A MENTIRA; O BEM, O BOM, O BELO, NÃO O MAL, O RUIM, O FEIO.

ENFIM, PROCURAR O HUMANO E O DIVINO, E NÃO O DESUMANO E O DIABÓLICO.

Qual caminho os políticos eleitos em todo o país vão escolher, para além do texto dos programas oficiais de governo e dos discursos apropriados de campanha?

Não basta que municípios, estados e o país cresçam economicamente. É essencial que haja DESENVOLVIMENTO. Desenvolvimento que não é só progresso material, financeiro, mas também crescimento moral, justiça social, referência de ética e cidadania, herança de orgulho para a posteridade.

Assim, está estabelecido que o caminho pelo qual todo governante e parlamentar devem ter especial cuidado e redobrado zelo não é aquela via mais ou menos escondida e tortuosa, subalterna, que os leva, às escondidas, ao gabinete de outro Poder, à casa de outro mandatário.

Agindo em comum unidade em sua comunidade, mas de olho no que passa em toda a Humanidade, mandatários em todo o Brasil em geral sabem ou intuem o que se prenuncia para os dias que, já a partir de agora, hão de vir.

As noticiadas e sentidas crises mundial e brasileira precisam ser relativizadas e contextualizadas, POIS NENHUMA CRISE É ÓRFÃ; ESSA CRISE TEM MÃE, TEM ORIGEM: TODA CRISE ECONÔMICA OU POLÍTICA  É DESCENDENTE DE UMA CRISE ÉTICA.

Perdoe-me o termo, mas, por mais “fresca” que pareçam a palavra e o assunto, é exatamente a ausência de ética o que nos traz os dissabores, as dificuldades que, mais uma incontável vez, têm de passar, têm de sofrer, têm de enfrentar pessoas e empresas, comunidades e nações.

O POVO CONFIRMA OU MUDA NOMES. OS NOMES PRECISAM MUDAR DE MÉTODOS. Para isso, é preciso ter CORAGEM (que, como está na raiz da palavra, é a força do coração).

É preciso ter CONHECIMENTO (que é a força da mente).

É preciso ter DISPOSIÇÃO e TRABALHO (que é a força do corpo).

É preciso ter ENERGIA, que é a força de vontade.

E é preciso ter ÉTICA e ESPIRITUALIDADE (que é a força da alma; e note-se bem: escrevo aqui “espiritualidade”, não religião).

TER CORAGEM NÃO É NÃO TER MEDO: É SABER DAR A ADEQUADA DIMENSÃO A ELE. No campo político, ter coragem é SABER-SE MUDADO PARA ALGO MAIOR PELA VONTADE DO POVO E, A PARTIR DAÍ, SABER TRANSFORMAR-SE EM ALGO MELHOR POR SUA PRÓPRIA VONTADE… E PARA A SATISFAÇÃO DO POVO.

O povo confirma ou muda nomes. Nomes precisam mudar de métodos. No veículo da Política, do Executivo e do Legislativo, além de motoristas, condutores, sejam os políticos eleitos não só mecânicos mas também “designers”.

Mecânicos desamassam a lataria, retocam a pintura e até substituem uma peça por outra… Mas são os “designers” aqueles que desenham, projetam o novo veículo que, com velocidade, mas sobretudo com segurança, poderá conduzir o Brasil para o futuro melhor que os brasileiros merecemos.

Por experiência própria em nove campanhas eleitorais, sei que não é fácil querer e pregar o novo, o diferente, o justo, o correto. Na VIDA DA POLÍTICA, o que grassa é o pé de ouvido, as sombras, o acumpliciamento. Por sua vez, na POLÍTICA DA VIDA, o desonesto, o canalha não admitem outra forma de vida — exceto a dos otários (sobre os quais canalhas prosperam) e a dos interesseiros (com os quais os canalhas se locupletam).

Não é fácil pregar — e praticar — o novo. POUCOS ACEITAM MUDANÇAS EM CIMA DAQUILO DE QUE SE BENEFICIAM. Quando recusamos uma nova mensagem, ou a proposta de um novo jeito de ser, de um diferente modo de fazer, não nos diferenciamos daqueles que, frente ao palácio de Pôncio Pilatos, pediam por Barrabás e condenavam o Pregador ao martírio dos cravos, ao suplício da cruz.

Tenho consciência de que pensamentos como estes dão a sensação de que falo apenas para um distante futuro, que talvez não se concretize. Idealistas geralmente escrevem para a História. Não escrevem para si, mas para depois de si.

Sei da pouca ou quase nenhuma repercussão de um texto meu, um simples alguém do interior da Pré-Amazônia. De qualquer modo, aos poucos de boa vontade: Não permitam que estas palavras emudeçam — e, se elas tiverem de calar, que cale no coração e mente de quem me lê.

Não sou o autor destas palavras. Elas são vozes dos espíritos que me antecederam e das esperanças que nos substituirão.

Brasil, 2023. Presidentes, governadores, congressistas. Novos mandatos.

Que o tempo, o talento, os esforços de todos os eleitos possam aproximar os brasileiros o máximo possível dos ideais de satisfação e felicidade.

Que humildade e coragem se ampliem e se aperfeiçoem em todos nós.

Humildade, porque todos nós estamos aqui para servir.

E coragem, porque estamos aqui para transformar.

*

Todos nós sabemos:

O Brasil é um país rico.

Que o futuro dele espelhe essa grandeza…

EDMILSON SANCHES
CURSOS - PALESTRAS - CONSULTORIA
Administração – Biografias – Comunicação
Desenvolvimento – História – Literatura
ENTRE EM CONTATO:
E-mail: edmilsonsanches@uol.com.br
Site: edmilson-sanches.webnode.page

Creditos: https://regiaotocantina.com.br/2022/10/01/brasil-2023-2026-que-o-teu-futuro-espelhe-tua-grandeza

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