Nos últimos dias, prefeitos, vereadores e outras autoridades foram flagradas por lentes curiosas na verdadeira "romaria" em Brasília. Aproveitaram a Agenda Prefeito + Brasil e além de um possível encontro com o presidente, fizeram a peregrinação nos gabinetes dos políticos, de admiração, de ocasião ou de estimação. Se vires o teu prefeito, não o critiques, o importante é não perder o voo – alguns faziam o seu primeiro.
Dê-se os créditos das fotos a sitio: oantagonista.com
Qual o objetivo para tamanha urgência em aglomerar e trazer Covid para os seus municípios?
Conseguir recursos federais, aqueles oriundos das emendas parlamentares.
A justificativa mais apresentada foi a do avanço da pandemia de Covid-19 e a falta de doses de vacina para atender, no mínimo, 50% da população contra o coronavírus.
As bancadas estaduais terão R$ 241.460,468 milhões para emendas impositivas agora em 2021, segundo o sitio do Senado Federal.
Qual a moeda de troca de troca das tais emendas? Simples, o executivo envia um projeto – bom ou ruim para a sociedade – os parlamentares pedem a liberação de sua emenda para garantir o voto favorável aos interesses do governo, como, por exemplo, na votação do orçamento prevista para o fim do mês de março. Esse momento causa um tremendo frenesi e um verdadeiro toma-lá-dá-cá! Ou ainda, os projetos de reforma que afetam o bem-estar social e são aprovados e justificados pelos políticos como necessários.
Os deputados e os senadores têm até o dia 1° de março para definir e priorizar projetos e obras para destinação orçamentária. Agora em 2021, estão previstos R$ 16,4 bilhões, podendo ser ainda maior o volume de recursos.
E por que a pressa se o Orçamento ainda não foi aprovado? Bem, deve haver a lógica da desconfiança, vez que o governo ja deixou de pagar mais de R$ 28,6 bilhões de emendas de anos anteriores, ou ainda pelo ditado cantado por Bezerra da Silva: "farinha pouca, meu pirão primeiro.
A partir da "romaria" seguidas das promessas e do alarde dado nas TVs, redes sociais, impressos, etc., é importante que a(o) cidadã(o), eleitor(a) ou não, observe o comportamento dos deputados e senadores nas votações dos projetos de interesse do executivo e acompanhe a movimentação do parlamentar no seu reduto eleitoral, pois a votação a favor do governo sugere liberação de recursos federais que sugere repasse a governadores e prefeitos, e pode sugerir, por tabela, subserviência política dos gestores, desvio e má vesarção do dinheiro público. Ficar atento pode ser uma forma de não especular sem conhecimento e ainda, pressionar para que o Portal da Transparência seja atualizado, afinal, todo recurso público é exigível de transparência e publicidade.
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Liduina Tavares - Professora, Militante Social e Politica filiada ao PSOL, Membra fundadora e atual presidenta da Academia Bacabalense de Letras.
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