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Trabalho e Rendimento: a força do trabalhador.

“Somos chamados ao trabalho desde a nossa criação. Não se deve procurar que o progresso tecnológico substitua cada vez mais o trabalho humano: procedendo assim, a humanidade prejudicar-se-ia a si mesma”. Foi enfático o papa Francisco na parte inicial do documento 128, da sua Encíclica Laudato Si, publicada em 2015.
Não menos enfático fora ao afirmar: “O trabalho é uma necessidade, faz parte do sentido da vida nesta terra, é caminho de maturação, desenvolvimento humano e realização pessoal” (FRANCISCO, Laudato Si, 128). E segue:

Ocupa lugar comum a expressão o trabalho dignifica o homem, embora os dados não evidenciem muito esforço para garantir essa dignidade que provém do trabalho para pelo menos 12,9 milhões de pessoas, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD Contínua, publicada dia 30 de abril, referente ao primeiro trimestre do ano de 2020, o que ainda não está associado diretamente a crise sanitária provocada pela COVID-19, segundo a analista do IBGE, Adriana Beringuy, “Esse crescimento da taxa de desocupação já era esperado. O primeiro trimestre de um ano não costuma sustentar as contratações feitas no último trimestre do ano anterior”.
 No Brasil, existem 67,3 milhões de pessoas fora da forca de trabalho, ou seja, são pessoas que não procuram trabalho, e, ainda existem 4,8 milhões dos classificados “desalentados”, que são aquelas pessoas que desistiram de procurar emprego. Imagine-se esse quadro somando-o a realidade sanitária do pais e busquemos compreender a falha política e econômica a que estamos submetidos estruturalmente.
Os últimos anos deixaram marcas no trabalhador como por exemplo a perda e ou retirada de direitos contidos nas tais Reformas Trabalhista e da Previdência e o momento atual, tomado pela pandemia, crise politica e crise econômica, também não é favorável a ninguém, tão pouco aos trabalhadores e trabalhadoras desse nosso país, contudo, há uma exigência a nós mesmos: resistência!
Todas as crises por que passamos hoje devem nos remeter a profundas reflexões, entre elas: há planejamento para ampliar as frentes de trabalho? O trabalho humano está sendo substituído realmente pela tecnologia? Trabalho e emprego são sinônimos? Emprego sempre garante renda? O trabalhador é valorizado, explorado, subutilizado, sub-remunerado? Há distinção salarial entre homens e mulheres, brancos e pretos?
O que se pode melhorar após a pandemia, trabalhador(a)?


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