Pular para o conteúdo principal

Passarela Brasil


O Brasil agora se transformou numa passarela de moda (segundo o seu presidente), os guarda-roupas da moral estão cheios de " modelitos", próprios para qualquer ocasião. Se for para encontrar um empresário corruptor na garagem de sua casa: use fraque ou vá de blazer; se for para conversar sobre suborno, ou sobre uma mesada para alguém ficar calado, ou ainda pra comprar um juizeco qualquer (não é juiz !), em um tribunal ou supremo qualquer, a idumentária deve ser feita com papel moeda, distribuídas   em notas de cem. Mas, se for apenas um pagamentozinho de caixa dois, para algum DePUTAdozinho, basta vestir a roupa do frigorífico e colocar o dinheiro em caixa de isopor (caixa três), jogar algumas picanhas por cima e pronto, é só acender o fogo pro churrasco começar.
Nessa passarela o que não falta são as Bundchen (não é a Gisele, é claro), que com seus traquejos de bêbado equilibrista  vão dando uma rasteira aqui outra ali em seus concorrentes; essas Giselda (não são a Bundchdns, é lógico) se encantam com a arte de desfilarem quase que despercebidas, para uma platéia de esfarrapados, que nem os próprios farrapos podem comprar, por isso, vivem num remendo só (pobre de nós) ! Não usam sequer maquiagem, são caras lavadas mesmos a distribuírem sorrisos, como para se deliciar com a  miséria do povo.
Ainda bem que essa passarela desmoronou e mostrou em sua queda todo o material estragado com a qual foi feita; amontoou-se em seus escombros: as conversas reveladas, gravadas e esmiuçada, confirmam as falcatruas cometidas; tudo superfaturado, para cobrir um rombo de outro lado (do bolso do próprio ladrão), que já esqueceu que a moeda corrente é real, porque o mínimo que falam é milhão. Esses modelos que andam desfilando por aí, Brasil a fora, de trem, de Metrô a Belo Monte, de Petrobras à Refinarias, de Submarino à JBS, de BNDES à Venezuela, Cuba e outras mais (tudo fashion week), se vestem todos de Brasil; de Deputados a presidente, num "modelito" de mau gosto.
O que eles não sabem (eu sei !), é que um outro estilista, começou a fazer roupa nova para um outro desfile; umas terão listras, outras não; será uma cor única. Já até foi encomendada aos costureiros, (ainda é segredo), mas, o desfile será na prisão! Pronto, vazou  informação.

____
Fernando Cavalcante. Escritor, professor e poeta. Mora em São Paulo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  ÀGUA POTÁVEL DE QUALIDADE: QUAL O X DA QUESTÃO? Liduina Tavares¹ Em Bacabal a questão água potável está na oferta, na quantidade, na qualidade ou na gestão da água? O que você, leitor, acha de tudo isso?   O que impede a oferta de água potável de qualidade, em Bacabal? Vamos enumerar algumas possíveis causas, sem descartar outras tantas: 1.O sistema de distribuição é antigo, de ferro e solda. Nesses casos, possivelmente, libera estanho, ferro, cromo. 2. A provável falta de manutenção e de limpeza periódica na tubulação. Essa situação, em casos de tubulações antigas, pode ocasionar o acúmulo de lodo, podendo apresentar materia orgânica decomposta. 3. Possível presença de heterotróficos, coliformes totais e termotolerantes na análise microbiológica da água. 4. Possibilidade de Unidade Nefilométrica de Turbidez de valor menor que 0,5 e maior que 1de turbidez e ferro contidos na análise fisica da água. 5. Alegação do poder público que é alto custo dos produtos para limpe

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O MITO DA MERITOCRACIA  

DUBET, François. A igualdade meritocrática das oportunidades. In: DEBET, François. O que é uma escola justa? : a escola das oportunidades. Trad. Ione Ribeiro Vale. Rev. Tec. Maria Tereza de Queiróz Piacentini. São Paulo: Cortez, 2008.     Bartolomeu dos Santos Costa [1]     François Dubet é Sociólogo, professor, coordenador e orientador de pesquisas na Université Bordeaux II e na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) de Paris, França. Pesquisador do Centre d’Analyse et d’Intervention Sociologiques (CADIS/EHESS), desenvolveu relevantes pesquisas no campo da sociologia. Dubet é autor e organizador de diversos trabalhos, dentre os quis, destacam-se estudos sobre questões relativas à Educação, movimentos sociais e, recentemente, sobre estigmas e discriminações.     A partir de suas pesquisas, cunhou a noção teórica de “Sociologia da Experiência”, tema que resultou no livro Sociologie de l’expérience (1994), publicado também no Brasil posteriormente.      Outros trabalhos de

AS MULHERES POR CIMA:

APONTAMENTOS SOBRE A IDEIA DE DESREGRAMENTO FEMININO NO INÍCIO DA EUROPA MODERNA E A INVERSÃO SEXUAL COMO MODO DE RESISTÊNCIA    Bartolomeu dos Santos Costa    Natalie Zemon Davis é uma historiadora estadunidense e canadense, nascida na cidade de Detroit, no estado de Michigan, Estados Unidos. Após ter realizado a sua gradua ção no Smith College e o seu mestrado no Radcliffe College, no ano de 1959, ela conclui seu doutoramento na Universidade de Michigan, estudou também na Universidade de Harvard. Foi professora em diferentes universidades como a Universidade de Princeton, a Universidade Brown, a Universidade da Califórnia e a Universidade de Toronto. Suas pesquisas, enquanto historiadora, incluem trabalhos importantes como Trickster Travels3, The Gift in Sixteenth-Century France The Return of Martin Guerre5 e Women on the Margins: Three Seventeenth-Century Lives. Davis recebeu diversos prêmios e reconhecimentos como o grau honorário da Universidade de St. Andrews e a National Humanit