Parafraseando um dos
autores de obras citadas para o Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior
(PAES 2016), na Universidade Estadual do Maranhão, eu abro uma conversa com
os/as vestibulandos/as.
Eu pergunto dotada de
curiosidade se tu, vestibulando, estás preso a tua classe que emerge para outro
patamar e segrega os que para trás ficaram ou se tu estás segregado a uma
classe marginalizada, desventurada, desesperançosa no futuro que se apresenta?
Tu te sentes preso ao
consumismo de marca, marketing, roupas, importados, industrializados,
falsificados, pirateados, enlatados, pasteurizados... nas drogas desse mercado?
Não creio que segues de
branco pela rua cinzenta como se não houvesse outro caminho! Creio que cruzas a
rua sem manchar a brancura do teu ser ou não-ser, na perspicácia de chegar ao
longe.
Não entendo por que
melancólico observas a rua apenas para vê os transeuntes; mas compreendo,
quando perplexo, tu constatas os riscos de furto, roubo, assalto, maus-tratos,
linchamentos, justiça pelas próprias mãos, colisões, arrombamentos, mortes no
trânsito, na festa, nos Socorrões, por falta de atendimento.
E observo, acreditando
sempre, que paralisado tu contrastas as melancolias e as mercadorias que te
espreitam. Resistes!
De forma narcisista, tu
refletes em ti mesmo e te questionas: Posso, sem armas, revoltar-me?”
Sim!
É claro!
É tempo!
É agora!
“Preso à minha classe e a algumas roupas,
vou de branco
pela rua cinzenta.
Melancolias,
mercadorias espreitam-me.
Posso, sem
armas, revoltar-me?
(A flor e a
náusea – Carlos Drumond de Andrade)
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Liduina Tavares –
Pedagoga, especialista em Planejamento Educacional e em Fé e Política;
professora da rede pública estadual; membro efetivo da Academia Bacabalense de
Letras; Conselheira no Conselho de Assistência Social; militante política e
social.
Bom artigo.
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