BACABAL FEZ BEM O DEVER DE CASA E
EMANCIPOU-SE POLITICAMENTE (?)
Para
comemorarmos o aniversário do município de Bacabal, eu convido a todos/as para
uma breve reflexão sobre esse período de 95 anos de emancipação política da Terra
das Bacabas.
Os
dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatísticas e do Atlas Brasil
2013 chamam a atenção para a gestão pública, apontando para o
cumprimento do dever de casa definido como objetivos do milênio (08 no total). Se
os objetivos foram atingidos ou que proporções foram alcançadas deve ser mostrado
pelos gestores públicos no próximo ano, já que agora em 2015 encerra-se o prazo/compromisso
firmado por 189 Nações no ano 2000 e, posteriormente, pactuado pelos entes
federados.
Reflitamos
se Bacabal fez bem o seu dever de casa e emancipou-se politicamente entendendo
“Política na perspectiva do bem comum, da transformação da sociedade, o que
exige renovação cultural com empenho e luta solidária” (D. Mauro Montagnoli).
Bacabal ocupa a 3.090ª posição entre os 5.565
municípios brasileiros, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos
municípios (IDH-M). No ranking do Estado, ocupa a 13ª posição. É um município
de IDH médio 0,651. As dimensões que compõem o IDH-M são longevidade, renda e
educação. No nosso município a dimensão que mais contribuiu com o índice foi
longevidade, o bacabalense vive atualmente uma esperança de 70,2 anos de vida.
Renda
foi a segunda dimensão a contribuir com o IDH-M e apesar de ter melhorado nos
últimos 20 anos, a incidência de pobreza chega a 57,19%, isto quer dizer que
esse percentual da população bacabalense sobrevive com renda per capta de até
meio salário mínimo (R$ 394,00). Estão na
linha da miséria, ou seja, são extremamente pobres, 47,91 da população. Ou
seja, essas pessoas sobrevivem com um quarto do salário mínimo (R$ 197,00).
A
população economicamente ativa, de 18 anos ou mais, chega a 61,4%; desses apenas
31,44% estão formalizados e 8,2% estão desocupados. Pode-se entender que um
pouco mais de oito por cento da população, em condições de trabalhar, está
desempregada em Bacabal. Das pessoas de 15 a 24 anos de idade, 19,51% não
estudam, não trabalham e são vulneráveis.. O
primeiro objetivo do milênio é reduzir a pobreza.
Em
educação, formalizada pelos sistemas de ensino, 58,0% das crianças de 0 a 5
anos de idade estão fora da escola; apenas 82,44% da população de 06 a 17 anos
estão no ensino básico regular. Somente 56,09%
da população de 15 a 17 anos possuem o ensino fundamental completo e
apenas 35,13% das pessoas de 18 a 20 anos concluíram o ensino médio. Dos
concluintes do ensino médio apenas 8,44% ingressaram no ensino superior. O
segundo objetivo do milênio é universalizar o ensino básico.
O
índice de mortalidade infantil (0 a 1 ano) é de 28,8% por mil nascidos vivos. Mães
jovens tem perdido seus filhos logo ao nascer, lembremos dos últimos casos
noticiados, ocorridos na maternidade de Bacabal. O quarto objetivo do milênio é reduzir a mortalidade infantil e o sexto
objetivo é melhorar a saúde materna.
Ainda
há a necessidade de refletirmos sobre os outros objetivos, é importante que o
façamos com o desejo de melhorarmos os indicadores sociais. Bacabal ainda não
conseguiu fazer da arte da Política o espaço de desenvolvimento do município e
seus munícipes. A cidade cresce e sua população carece cada vez mais de
atenção.
O
ano eleitoral se aproxima e as ações de mídia dos intencionados ao poder já se iniciaram,
foram toneladas de peixes, batendo
recorde dos últimos 20 anos; mais ou menos 6 mil sextas básicas; festas e
comemorações com uns trinta mil reais em premiação. Isso não é ruim, tudo o que
se faz em benefício da população é sempre uma ação bem vinda, a população
agradece. Mas convém discutir os dados, eles nos servem de diagnóstico é
necessário agir proativamente para a autonomia das pessoas e dos setores. O
peixe vai ser sempre bem vindo, mas o anzol é mais que necessário.
O
que esperamos conhecer, há seu tempo, são os projetos de desenvolvimento do
município/munícipes que os intencionados à prefeitura tem para o povo bacabalense.
Esperamos também que a população esteja atenta aos dados, aos fatos e às
pessoas dos intencionados, pois eles já estiveram ou estão com o dever de casa
em mãos e os resultados estão declarados pelos documentos oficiais, citados
acima.
Vale
perguntar: BACABAL FEZ BEM O DEVER DE CASA E EMANCIPOU-SE POLITICAMENTE ?
(Liduina Tavares - professora, especialista em fé e política, ex-vereadora, membro fundadora da Academia Bacabalense de Letras.
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