Percebemos o país mergulhado numa crise de proporções incalculáveis e por conseguinte, os munícipios, unidades da federação, vivem o efeito dominó desse fenômeno. De um lado, a corrupção; de outro, e por consequência desta, o descaso.
Numa pequena unidade da federação, no nordeste brasileiro, numa cidade do estado do Maranhão com pouco mais de cem mil habitantes, trabalhadores que fazem a vigilância patrimonial de escolas e outros órgãos públicos vivem a insegurança causada pela falta de seus salários.
Mas em que momento isto tem a ver com corrupção? Ora, como pode uma empresa ou governo justificar, por sete meses seguidos, o não-pagamento de serviços contratados? Por ventura não houve planejamento, levantamento de custos, alocação de recursos, ordens de pagamentos, etc? O pior é que todo esse trâmite burocrático (necessário?) do serviço público ora se torna público, ora se omite. Como podem os trabalhadores sobreviverem a tanto tempo sem os seus salários, o que por ser mínimo só lhes garantem sobrevida?
Se o trabalhador é digno de seu salário, a sua falta lhes coloca em condição de vida indigna; desprovido desse recurso mínimo sua família passa a conviver em constante insegurança, pois privada de direitos básicos como alimentação, saúde, educação, moradia, como poderá então lutar por outros direitos?
Vigilância sem segurança, sem apoio, sem prestígio, sem salários... sem direitos. Penso que cabe a pergunta clássica: quem poderá lhes ajudar, defender, apoiar? Quem? Nessa hora, sentem-se sozinhos, não encontram apoio político, pois ainda é cedo para que os políticos plantoneiros lhes vejam como sujeitos de direitos, portadores de autoridade de eleitores. Talvez quando quiserem lhes estender a mão esses bravos pais de família já possam lhes responder de cabeça erguida:
_ Obrigada, estive por algum tempo esperando o seu apoio.
Profª Liduina Tavares – membro efetivo da
Academia Bacabalense de Letras; ex-vereadora; pedagogoa, especialista em Fé e
Política e em Planejamento Educacional.
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