Pular para o conteúdo principal

MUDAR É PRECISO!



Recebi com alegria e motivação o convite do bispo diocesano de Bacabal, D. Armando Martin Gutierrez e do coordenador do Centro Franciscano de Animação Missionária -CEFRAM, Fr. Claudio Santos, para participar de um debate por ocorrência do XX Curso de Formação Missionária, no período de 14 a 28 de janeiro de 2012, sobre o tema Políticas Públicas. O evento ocorrido dia 21daquele mês, contava com a presença e efetiva participação do filósofo, teólogo, educador popular e assessor de pastorais e movimentos sociais, Ivo Poletto, como debatedor e moderador das discussões.

O competente debatedor convencido de que a crise maior por que passa a humanidade está diretamente associada à sonegação dos direitos sociais da Terra, introduz alguns relatos sobre as catástrofes a que a população do planeta vem se submetendo há tempos. Mas de forma entusiasmada, aponta para a probabilidade de a humanidade está vivendo uma mudança de paradigma e, por isso mesmo, vivendo a crise de passagem. O palestrante dividiu sua fala em eixos norteadores assim definidos: possibilidades, ameaças e o que fazer.

Sobre às possibilidades, Ivo Poletto afirma que pesquisas recentes dão conta de que o planeta tem capacidade de produzir tudo o que a humanidade precisa para viver com dignidade e ainda a capacidade de intercomunicação mundial  instantânea.  

Quanto às ameaças, destaca a situação de quase certeza de guerras e agora com armas nucleares, que diferentemente do que foi a bomba atômica destruindo Nagazaski e Hiroxima, o poder das armas nucleares é visivelmente múltiplo, devastador.

Ao nos provocar à ação, orienta-nos quanto ao que fazer e nos dá as seguintes dicas: não nos deixar dominar pelo convencimento de que não dá para mudar; é incisivo ao afirmar que é possível mudar; clama que animemos a consciência da população por que é necessário mudar; mobilizar à participação; participar nas mudanças; exigir as mudanças; e tomar posse nos espaços de mudança.

Num País tradicionalmente centralizador e verticalizado tomar posse nos espaços de mudança requer sabedoria para aceitar aquilo que não pode ser mudado e coragem para mudar aquilo que precisa ser mudado. Esse ato de sabedoria inclui raciocinar, apreender, compreender, ponderar e julgar, usando nossa capacidade de reflexão.

Diante do exposto pelo palestrante naquele debate ocorrido há três, o ponto nevrálgico para que nos apropriemos dos espaços de mudança está na nossa pouca coragem de mudar; e pode estar ainda na nossa ingênua visão de grandeza. Contudo, não devemos nos acomodar, pois MUDAR É PRECISO!


Profª Liduina Tavares – membro efetivo da Academia Bacabalense de Letras; ex-vereadora; pedagogoa, especialista em Fé e Política e em Planejamento Educacional.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CADÊ OS ALUNOS QUE ESTAVAM AQUI?

   Fazendo uma breve leitura sobre os dados da educação pública de Bacabal, verifica-se que são geridas pela rede municipal 114 escolas; percebe-se ainda que, no intervalo de cinco anos, 2013 a 2017, houve aumento em investimentos por aluno e consequente aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDB, tendo os anos iniciais (1º ao 5º ano) alcançado a média 5,1 e os anos finais (6º ao 9º ano) atingido 4,1, em 2017. Isso é positivo! Precisa melhorar, mas significa avanços.    Um dado, no entanto, chama a atenção quando se lê o gráfico Evolução no número de matrículas X despesas totais em educação, postado no site meumunicípio.org.br, no qual no período de 2013 a 2017, cerca de 2020 matrículas (alunos) são diminuídas ano a ano.     Em 2013 eram 19.919 matrículas, no ano seguinte, 922 alunos ficaram fora dessa contagem e a matrícula caiu para 18.997 alunos no ano de 2014; em 2015, cerca de 243 alunos desaparecem e a matricula nes...

Faces da Política na Terra de Raimundo Sérgio

Confundiram, mentiram, aplaudiram, comemoraram, esfriaram. Dois lados, ninguém ao lado do povo! A população segue seu ritmo, de um ou de outro lado. Coitado do homem massacrado, espoliado pela política dos políticos e seus lados que negam o lado do povo. Enquanto isso: mata-se nos bares, morre-se nos hospitais; salários continuam atrasados, renda não é prioridade; insegurança no banco da praça e no pátio da escola; bem estar não é social, os coletivos andam sozinhos; verba de contingência nega um auxílio, as fotos estampam doações particulares; tratamento para o câncer só na propaganda do outubro rosa, vem aí o novembro azul... janeiro branco; oknenhum tomógrafo (?); Idoso abandonado, mas há festas para idosos; água é privilégio de poucos, e o rio agoniza em dejetos e poluição; o dinheiro público muda o curso das penas, apenados da vida catam lixo nos bolsões da pobreza distante dos olhos; ambiente poluído, seco, destruído, em minutos começam as queimadas; nos senadinhos a polít...

AS MULHERES POR CIMA:

APONTAMENTOS SOBRE A IDEIA DE DESREGRAMENTO FEMININO NO INÍCIO DA EUROPA MODERNA E A INVERSÃO SEXUAL COMO MODO DE RESISTÊNCIA    Bartolomeu dos Santos Costa    Natalie Zemon Davis é uma historiadora estadunidense e canadense, nascida na cidade de Detroit, no estado de Michigan, Estados Unidos. Após ter realizado a sua gradua ção no Smith College e o seu mestrado no Radcliffe College, no ano de 1959, ela conclui seu doutoramento na Universidade de Michigan, estudou também na Universidade de Harvard. Foi professora em diferentes universidades como a Universidade de Princeton, a Universidade Brown, a Universidade da Califórnia e a Universidade de Toronto. Suas pesquisas, enquanto historiadora, incluem trabalhos importantes como Trickster Travels3, The Gift in Sixteenth-Century France The Return of Martin Guerre5 e Women on the Margins: Three Seventeenth-Century Lives. Davis recebeu diversos prêmios e reconhecimentos como o grau honorário da Universidade de St. Andrews e...