Pular para o conteúdo principal

Desabafo sobre a Lei Maria da Penha: mulheres, façamos valer nosso direito! - Por Keila F. de Sousa*

SEXTA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2013


A Lei Maria da Penha (11.340/06) é sem dúvida a maior intenção documental contra a violência doméstica, porém seu efeito moral só a engrandece no papel. Falta empenho da justiça, das autoridades, da mobilidade social e da conscientização em massa através de acompanhamento psicológico às vítimas e PRINCIPALMENTE AOS AGRESSORES, que se utilizam das mais diversas desculpas para atentar contra vidas. 


Almas doentias, aprisionadas por um amor incompreensível e, revoltados com o possível rompimento, se apropriam de encorajamento fútil e cometem atrocidades contra suas companheiras. Eu, Keila Ferreira de Sousa, sou VÍTIMA, MAS ALÉM DE TUDO, MILITANTE. Não quero virar estatística negativa! Quero ser liberta dos meus fantasmas amparada pela LEI QUE DEVERIA ME ASSISTIR.  

Só busco... já entendo de várias estratégias de fuga do meu opressor, assim como sei também como é possível seu ataque, digo isso porque me respaldei do direito de me proteger (me escondendo e esperando da justiça uma solução). Há quase três anos, nessa luta, há quase três anos tentando ir e vir de acordo com meus direitos constitucionais. Não é justo que minha casa vire abrigo, que possivelmente, tenha que me afastar das minhas raízes familiares, sociais e profissionais para recomeçar do zero, em lugares vis, que eu mesma não quero ir... OU ABDICAR DA PRÓPRIA VIDA MESMO? É ESSA A SOLUÇÃO? 

Terei eu, o direito à legítima defesa, se num ato desesperador atentar contra a vida do meu próximo que tanto me atormenta? Claro que não! Serei dita culpada pela Lei, mesmo que por legítima defesa. Quanta incoerência no nosso sistema, discrepância seria? Por enquanto me encaminho aos órgãos competentes e enquanto aguardo (esperar é o lema, mas o quê?) só me resta PEDIR SOCORRO, por mim e, por tantos outros gritos abafados que são submetidos à defesa, dentro de suas possibilidades, para assegurarem a sua vida e à de seus familiares (e até amigos) e que recebem alienadamente o julgamento de outros que não acompanham o problema em seu teor real. 

SOCIEDADE, CADA CASO É UM CASO E A TODOS QUE SEJA DADA A DEVIDA IMPORTÂNCIA. CHEGA DE MEDO! CHEGA DE MOROSIDADE! CHEGA DE IMPUNIDADE! MULHERES, FAÇAMOS VALER NOSSOS DIREITOS! À CAMINHO DA MINHA TERCEIRA MEDIDA PROTETIVA... AINDA ACREDITO NA JUSTIÇA, TEMOS QUE ACREDITAR. 
_____________________________ 
*Keila Ferreira de Sousa é graduada em Letras com habilitação em Espanhol, professora, bacabalense, mulher e mãe.

Fonte: Portal Castro Digital

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

  ÀGUA POTÁVEL DE QUALIDADE: QUAL O X DA QUESTÃO? Liduina Tavares¹ Em Bacabal a questão água potável está na oferta, na quantidade, na qualidade ou na gestão da água? O que você, leitor, acha de tudo isso?   O que impede a oferta de água potável de qualidade, em Bacabal? Vamos enumerar algumas possíveis causas, sem descartar outras tantas: 1.O sistema de distribuição é antigo, de ferro e solda. Nesses casos, possivelmente, libera estanho, ferro, cromo. 2. A provável falta de manutenção e de limpeza periódica na tubulação. Essa situação, em casos de tubulações antigas, pode ocasionar o acúmulo de lodo, podendo apresentar materia orgânica decomposta. 3. Possível presença de heterotróficos, coliformes totais e termotolerantes na análise microbiológica da água. 4. Possibilidade de Unidade Nefilométrica de Turbidez de valor menor que 0,5 e maior que 1de turbidez e ferro contidos na análise fisica da água. 5. Alegação do poder público que é alto custo dos produtos para limpe

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O MITO DA MERITOCRACIA  

DUBET, François. A igualdade meritocrática das oportunidades. In: DEBET, François. O que é uma escola justa? : a escola das oportunidades. Trad. Ione Ribeiro Vale. Rev. Tec. Maria Tereza de Queiróz Piacentini. São Paulo: Cortez, 2008.     Bartolomeu dos Santos Costa [1]     François Dubet é Sociólogo, professor, coordenador e orientador de pesquisas na Université Bordeaux II e na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS) de Paris, França. Pesquisador do Centre d’Analyse et d’Intervention Sociologiques (CADIS/EHESS), desenvolveu relevantes pesquisas no campo da sociologia. Dubet é autor e organizador de diversos trabalhos, dentre os quis, destacam-se estudos sobre questões relativas à Educação, movimentos sociais e, recentemente, sobre estigmas e discriminações.     A partir de suas pesquisas, cunhou a noção teórica de “Sociologia da Experiência”, tema que resultou no livro Sociologie de l’expérience (1994), publicado também no Brasil posteriormente.      Outros trabalhos de

AS MULHERES POR CIMA:

APONTAMENTOS SOBRE A IDEIA DE DESREGRAMENTO FEMININO NO INÍCIO DA EUROPA MODERNA E A INVERSÃO SEXUAL COMO MODO DE RESISTÊNCIA    Bartolomeu dos Santos Costa    Natalie Zemon Davis é uma historiadora estadunidense e canadense, nascida na cidade de Detroit, no estado de Michigan, Estados Unidos. Após ter realizado a sua gradua ção no Smith College e o seu mestrado no Radcliffe College, no ano de 1959, ela conclui seu doutoramento na Universidade de Michigan, estudou também na Universidade de Harvard. Foi professora em diferentes universidades como a Universidade de Princeton, a Universidade Brown, a Universidade da Califórnia e a Universidade de Toronto. Suas pesquisas, enquanto historiadora, incluem trabalhos importantes como Trickster Travels3, The Gift in Sixteenth-Century France The Return of Martin Guerre5 e Women on the Margins: Three Seventeenth-Century Lives. Davis recebeu diversos prêmios e reconhecimentos como o grau honorário da Universidade de St. Andrews e a National Humanit