ÀGUA POTÁVEL DE QUALIDADE: QUAL O X DA QUESTÃO?
Liduina Tavares¹
Em Bacabal
a questão água potável está na oferta, na quantidade, na qualidade ou na gestão
da água? O que você, leitor, acha de tudo isso?
1.O sistema de distribuição é antigo, de
ferro e solda. Nesses casos, possivelmente, libera estanho, ferro, cromo.
2. A provável falta de manutenção e de
limpeza periódica na tubulação. Essa situação, em casos de tubulações antigas,
pode ocasionar o acúmulo de lodo, podendo apresentar materia orgânica
decomposta.
3. Possível presença de heterotróficos,
coliformes totais e termotolerantes na análise microbiológica da água.
4. Possibilidade de Unidade Nefilométrica
de Turbidez de valor menor que 0,5 e maior que 1de turbidez e ferro contidos na
análise fisica da água.
5. Alegação do poder público que é alto
custo dos produtos para limpeza do sistema e para substituição e manutenção das
tubulações.
6. Desequilíbrio do PH tolerável para
potabilidade (alcalinidade, dureza, materia orgânica).
7. Perda na ligação em torno de 59,1 l/lig./dia, segundo dados do Sistema
Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), bem como perda na distribuição no percentual
de 10,28.
De acordo com o SNIS, a água chega a 79, 45 da população
total de Bacabal, logo, podemos deduzir que cerca de 20,55 dos bacabalenses
ainda não tem a oferta pública desse bem vital.
Mais do que não ofertar
para todos, tem-se a oferta de água sem a qualidade adequada ao consumo humano
e doméstico. Essa situação tem levado a maioria dos consumidores a acrescentarem
despesa ao orçamento financeiro das famílias com a obrigatória aquisição de
água mineral comercial.
Uma família composta de
quatro membros consome pelo menos 2,8 galões de 20 litros de água por semana,
se considerarmos a média recomendada de 2litros/dia/pessoa, somente para beber.
Agora, imaginemos o custo que pode vir a ser se a aquisição de água mineral for
também para cozinhar e banhar!
A água que chega às
torneiras das casas dos bacabalenses é tão suja que não se deve usar para
preparar alimentação e quando se usa para o banho causa coceira no corpo e irritação
no couro cabeludo. Dado o volume de impurezas, o seu uso em máquinas de lavar
roupas vem ocasionando prejuízos, mas também em tanquinhos, em caixas de
descarga, etc, etc.
A nossa cidade está no
território maranhense cujas características naturais são promissoras de
armazenamento de água suficiente para garantir o abastecimento de uma população
do tamanho de Bacabal, em quantidade e qualidade. O fluxo que abastece grande
parte da cidade é do curso de água da bacia hidrográfica do Rio Mearim.
Além das águas
superficiais utilizadas para o abastecimento, outra parte da cidade, tanto
urbana quanto rural, é abastecida por cerca de 137 poços de natureza pública e,
pelo menos, 7 poços de natureza privada, como consta no Relatório
Diagnóstico do Município de Bacabal.
Apesar da fartura
fluvipluviométrica, moradores da querida Bacabal reclamam da falta total ou
escassez temporária de água potável. Enquanto uns lamentam não terem água nas
torneiras, outros reclamam que a água que chega às suas casas é suja, imprópria
para o consumo e a caracterizam como “suco de tamarindo” pela cor; “lama de
esgoto” dado o odor fétido adicionado à cor mais escura.
O que todos os
consumidores relatam afirmativamente é que a conta mensal é pontual e o custo
por metro cúbico de água fornecido pela autarquia SAAE ²,
em Bacabal, é o mais caro da região. Sobre esse dado, no Mapa Saneamento Brasil
2021, consta que, dos males o menor, a tarifa média de água é 2,86 R$/m³, sendo
menor que o que é praticado pelo estado e pelo país.
Ora, todos os gestores sabem o
quanto a população clama por água potável em quantidade e na qualidade devida e
mesmo tendo um relatório antigo, passam-se anos após anos e pouco ou quase nada
é feito para melhorar a qualidade no abastecimento e na oferta de tão precioso
e vital bem público a todos os seres vivos animados ate os seres vivos
inanimados.
Afinal, água pura,
cristalina, potável é possível ser garantida pelo poder público municipal? Eu
afirmo que sim. Qual a opinião do(a) leitor(a)?
[i] mulher, esposa, mãe,
professora da rede pública estadual aposentada, membra fundadora da Academia
Bacabalense de Letras, pedagoga, especialista em fé e política, assessora de
educação da Gerencia Regional de Bacabal (2000/2001), coordenadora do programa
de correção de fluxo do Maranhão na GDH (2002/2003), ex-secretária de educação
(2006/2008), vereadora de Bacabal (2009/2012).
[ii] A
água consumida na cidade de Bacabal é distribuída pelo Serviço Autônomo de Água
e Esgoto – SAAE, autarquia municipal que atende 21.827 domicílios através de
uma central de abastecimento, (IBGE, 2010).
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